No primeiro texto da seção “Histórias pouco contadas” do futebol, falaremos sobre Garrincha e a Copa de 1962. Como sabemos, ele foi o grande craque daquela Copa. Sem a companhia de Pelé, contundido no segundo jogo da primeira fase, Mané decidiu a Copa para o Brasil com 2 gols nas quartas, 2 gols na semi contra os chilenos, donos da casa, e uma boa atuação também na final contra a Tchecoslováquia.
A revolta de Garrincha
O que é pouco contado é a história daquela semifinal, contra os chilenos. Depois de fazer 2 gols no primeiro tempo e abrir 2–0 para o Brasil, o anjo das pernas tortas apanhou durante todo o resto da partida. O agressor era Rojas, lateral chileno. No fim do jogo, já definido em 4–2, Garrincha revida uma entrada feia e uma cusparada do rival com um golpe, sendo expulso pelo árbitro Artur Maldonado.
O pouco contado: intervenção da CBD
Ainda não existia a previsão de suspensão automática do próximo jogo por conta de expulsão, mas Mané teria que ser julgado. Sim, o Brasil corria o risco de jogar a final sem seus dois maiores craques. Foi aí que a cartolagem entrou em ação.
Entra em ação também o bandeirinha, Esteban Marino. Ele foi a única testemunha do golpe de revide de Garrincha, tendo sido o responsável por avisar o juiz, que expulsou Mané.
O representante brasileiro na comissão de arbitragem, João Etzel, junto com o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho (hoje homenageado como o nome do Pacaembu), criaram um plano rápido. Convenceram o bandeirinha (alguns dizem que com suborno, outros não) a sumir e o colocaram em um avião para Paris.
Mané Garrincha liberado
No dia do julgamento, a única testemunha da agressão de Mané não compareceu para depor. Com isso, Mané foi inocentado e pôde jogar aquela final. O Brasil venceu a Tchecoslováquia por 3–1 e conquistou o bicampeonato da Copa do Mundo.
Pequenas histórias que fazem as grandes!