INFÂNCIA DE SHEVCHENKO
Andriy Shevchenko nasceu em uma pequena vila, a (impronunciável) Dvirkivschyna, província de Kiev.
Filho de um soldado do exército soviético, o jovem Sheva sempre destacou-se nos esportes, possuindo uma habilidade inata para praticar qualquer esporte. Antes de brilhar no futebol, já tinha praticado suas outras grandes paixões, o golfe e o hóquei no gelo.
O ano de 1986 teve um impacto tremendo na vida de Shevchenko, às vésperas de completar 10 anos. Em abril, a União Soviética sofreu um dos maiores desastres da história, mas que mal chegou a ser noticiado a sua população. A imprensa não dava as dimensões exatas do que aconteceu em Chernobyl.
As crianças da região de Kiev foram levadas a um acampamento, uma maneira de evacuar a cidade e tentar diminuir os efeitos da radioatividade. Por três meses ele e a irmã moraram próximos a Donetsk.
Quando retornou a cidade, o jovem chamou a atenção de um olheiro do Dynamo Kiev em um torneio escolar. No final de 1986, desembarcou na academia do clube.
SURGE UM ÍDOLO
Em 1991 a Ucrânia conseguiu independência na Europa e saiu das “sombras” da União Soviética. Craques como Yashin e Netto sempre serão lembrados pela URSS, e o novo país precisava de um ídolo e quase perderam a chance de conhecer Sheva.
Aos 16 anos o futebol se tornou uma decepção. Andriy tentou entrar em uma universidade especializada em esportes de Kiev. Falhou em um teste de aptidão no qual precisava driblar. “Depois disso, eu tive que escolher: ou continuava com o futebol ou tomava outra direção. Foi difícil, mas nunca deixei de acreditar em mim. Eu falei aos meus pais que eu queria um pouco mais de tempo para me provar. Semanas depois, cheguei ao segundo quadro do Dynamo. Um ano depois, estava jogando pelo time principal”.
Aos 18 anos, e já sendo uma das grandes promessas da Ucrânia, Shevchenko teve sua primeira chance na equipe principal do Dínamo em 1994, sob orientação de József Szabó.
Seu primeiro destaque pela equipe do Dínamo de Kiev, seria a campanha na Liga dos Campeões na temporada 1998/1999, aonde chegariam às semis. Após eliminar o Real Madrid nas quartas de final com três gols dele em dois jogos, a equipe ucraniana empatou o jogo de ida por 3×3 contra os alemães do Bayern de Munique, com dois gols do atacante. Mas perderam em Munique por 1×0 e acabaram eliminados da competição.
Nessa altura o ucraniano já era um dos melhores atacantes na época.
A sua contratação por um grande clube era uma questão de tempo. Manchester United, Real Madrid, Barcelona e Milan se interessaram por ele, mas apenas os rossoneros ofereceram vinte e seis milhões de euros para poder contar com seu passe.
MILAN
Transferiu-se para os italianos do Milan na temporada 1999-2000 e, firmou-se como um atacante a nível mundial, em sua primeira temporada na Itália sagrou-se artilheiro da Série A.
A partir de então, todos os anos marcou inúmeros gols para os milanistas, o mais importante em 2003, com quem festejou o título da Liga dos Campeões, marcou no pênalti decisivo contra a Juventus, na final. Emocionado após a partida, Sheva dedicou sua conquista a Lobanov’skyi, falecido no ano anterior, deixando sua medalha no túmulo. Lobanov’sky foi o treinador de Shevchenko no inicio de sua carreira,e uma das pessoas que mais o motivaram a jogar desde o acidente nuclear em Chernobyl.
Em 2004, conseguiu o reconhecido prêmio mundial da Bola de Ouro e desbancou o luso-brasileiro Deco e o brasileiro Ronaldinho Gaúcho. Era o terceiro ucraniano a receber esta honraria, depois de Oleh Blokhin e Ihor Byelanov, mas era o primeiro a conquistar após a independência da Ucrânia.
A única decepção em Milão foi a perda do título da Liga dos Campeões de 2005 para o Liverpool, quando o time inglês primeiro igualou em 15 minutos do segundo tempo uma vantagem de 3 a 0 construída pelos italianos no primeiro. Abalados, os rossoneros perderam nos pênaltis — e foi a vez de Shevchenko, novamente com a cobrança nos pés, chutou no meio do gol, mas o goleiro Jerzy Dudek consegui alcançar a bola.
CHELSEA, EMPRÉSTIMO E SUA APOSENTADORIA
Em 2006, transferiu-se para os ingleses do Chelsea, a pedido de sua esposa, a modelo norte-americana Kristen Pazik, que almejava a mudança para um país falante de língua inglesa visando a melhoria da educação de seu filho. Todavia, o desempenho em sua primeira temporada nos londrinos obteve apenas 13 gols. O jogo mais duro do campeonato local, e a divisão dos holofotes com o marfinense Drogba, não colaboraram para que o atacante desempenhasse o melhor de seu futebol.
Após duas temporadas nos “Blues”, Shevchenko regressou emprestado ao Milan em 2008 e voltou a ter boas atuações. Regressou ao Chelsea em 2009, mas pouco tempo ficou por lá, antes de retornar ao clube que o revelou para o futebol, o Dínamo de Kiev.
Na temporada de 2009-2010, o atacante ucraniano voltava para onde tudo começou, atuando em excelente nível na temporada de 2010-2011, levando o clube a mais uma conquista da Supercopa da Ucrânia. Feito este que o credenciou ao elenco ucraniano que disputaria a Eurocopa 2012.
No ano da Euro, já aos 35 anos, rescindiu seu contrato com o Dínamo de Kiev. Sheva anunciou que iria se aposentar para se dedicar a carreira política.
TÍTULOS
Em seu vasto currículo, possui o pentacampeonato ucraniano (1994/1995, 1995/1996, 1996/1997, 1997/1998, 1998/1999), o tricampeonato da Copa da Ucrânia (1995/1996, 1997/1998 e 1998/1999) e a Supercopa da Ucrânia (2011) pelo Dínamo de Kiev. Já pelo Milan, conquistou a Liga dos Campeões da UEFA (2002-2003), Coppa Itália (2002-2003), Supercopa da UEFA (2003), Série A (2003-2004), Supercopa da Itália (2004) e Trofeo Luigi Berlusconi (2002, 2005 e 2008). Ainda conquistou a Copa da Liga Inglesa (2006-2007) e Copa da Inglaterra (2006-2007) pelo Chelsea.