Mais conhecido após a conquista do 4º lugar na São Silvestre, em 1994, 10 anos depois, Vanderlei Cordeiro de Lima protagonizaria em Atenas a sua maior superação e, consequentemente, seu maior feito. 

Trajetória de campeão

Nascido em Tapira, no Paraná, começou a trabalhar muito cedo em lavouras de café e cana-de-açúcar, mas o que gostava mesmo era de fazer o trajeto de sua casa à escola, correndo e se divertindo no percurso. Quando, certa vez em uma dessas corridas, Vanderlei fez brilhar os olhos de um treinador, o qual decidiu acompanhá-lo para a formação do atleta. 

Já em 1988, Vanderlei treinava em alguns clubes paulistas, na capital paulista. A partir daquele quarto lugar na São Silvestre, em 1994, o corredor brasileiro disputou e conquistou diversas maratonas, como a francesa de Reims e a de Tóquio. 

Mas, seu episódio em Atenas, no dia 29 de agosto de 2004, em uma das modalidades mais respeitadas das Olimpíadas – pelo tempo, preparação e desgaste físico da prova  -, transformou-se num reconhecimento condecorado com a medalha Pierre de Coubertin, premiação dada aos atletas que fizeram a diferença nas Olimpíadas. 

 

Vanderlei posando com sua medalha de bronze, de Atenas 2004.

Vanderlei posando com sua medalha de bronze, de Atenas 2004.

 

Em 42 km de percurso, Vanderlei liderava até o quilômetro 35, restando apenas 7. Quando, inesperadamente, um ex-padre irlandês invadiu a pista, atrapalhando o corredor brasileiro absurdamente. Cornelius Horan, embora tenha pedido desculpas diversas vezes após o ocorrido, segurou o brasileiro por alguns segundos, que foi ajudado pelo torcedor considerado  “seu anjo da guarda”: o grego Polyvios Kossivas. 

 

Momento em que o ex-padre irlandês atrapalha Vanderlei Cordeiro e o início de uma superação.

Momento em que o ex-padre irlandês atrapalha Vanderlei Cordeiro e o início de uma superação.

 

Após a perda da concentração e do ritmo, Vanderlei fora ultrapassado pelo italiano Stefano Baldini e, posteriormente, pelo norte-americano Mebrahtom Keflezighi. O bronze de Vanderlei se tornou medalha de ouro a partir de sua entrada no Panathinaikos, com os torcedores aplaudindo-o de pé. 

Dono de dois ouros pan-americanos, além das medalhas olímpicas de bronze e Pierre de Coubertin, Vanderlei coordena o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima, ensinando às novas gerações não somente sobre atletismo, mas, principalmente, acerca do espírito esportivo.