QUEM FOI IVAN ZAMORANO

Ivan Luis Zamorano Zamora, nascido em janeiro de 1967, em Santiago, capital do Chile.

Depois de passar a maioria de sua adolescência na base do Cobresal, aos 18 anos o atacante ganhou a oportunidade de ser emprestado a um clube do segundo escalão do país para ganhar rodagem nos gramados.

Com pouca idade, ele começou no profissional pelo Trasandino, e já se destacou atuando pela segunda divisão chilena. Ele balançou as redes 27 vezes em 29 partidas, ajudando o time a ser campeão e subindo para a primeira divisão do Chile.

Por ter gastado a bola, o Cobresal logo o recrutou de volta, em 1986, aos 19 anos. Eles tinham uma joia em casa.
Apesar de ter sido chamado de volta, Manuel Rodrígues, técnico do clube na época, achava que Zamorano não daria conta do recado por ser muito jovem. Por isso, durante a temporada de 86, ele praticamente não jogou.

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OldFootball Photos; Zamorano dando entrevista com a camisa do Cobresal

ASCENSÃO NO FUTEBOL NACIONAL

Em 1987, suas aparições aumentaram, mas estava longe de ser um titular absoluto. Contudo, apesar de amargar a reserva, em quase todos os jogos que o jovem, então com 20 anos, entrava, marcava um gol e corria para o abraço. Tanto que em 14 partidas que ele saiu do banco, ele anotou 14 gol.
Não a toa, a pressão para que Zamorano fosse titular era grande, ainda mais quando no mesmo ano ele foi convocado para a Seleção chilena para a Copa América, aplicando uma goleada sobre o Brasil e chegando ao vice-campeonato.

Em 1988, era imprescindível sua titularidade, e, obviamente, o atacante não desperdiçou a chance. Sob os olhares de vários clubes europeus, o chileno teve uma média de um gol a cada dois jogos na liga do Chile e o título bateu na trave com mais um vice-campeonato. Apesar da segunda colocação, o nível do futebol apresentado por Zamorano foi alto, demonstrando que a América do Sul estava pequena.

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Zamorado com a camisa do Cobresal; R7

RUMO A EUROPA

O destino? O velho continente, precisamente a Itália, local que o matador, que ganhou o apelido de Bam Bam, faria sucesso em anos posteriores. O clube que adquiriu seu passe foi o Bologna, que surpreendentemente o emprestou logo de cara, sem ao menos colocá-lo em campo uma única vez.

O chileno foi para o não tão famoso futebol suíço, defender as cores do St. Gallen. Por lá, ele ficou duas temporada e não levantou nenhum título, mas desandou a fazer gol, inclusive sendo artilheiro da liga nacional. Passo importante para que um dos grandes europeus o comprasse, o Sevilha.Indicado pelo compatriota Vicente Cantatore, que treinava o clube espanhol, Zamorano chegou com status de goleador aos rojiblancos. E, mais uma vez, não desapontou. Em duas temporadas na equipe do Sevilha, ele fez gols o bastante para chamar atenção do poderoso Real Madrid, que pagou uma quantia de 5 mihões de dólares em 1996, um sonoro valor para o contexto da época.

Inclusive, existe uma história curiosa sobre sua transferência para Madrid. Nesse ano, sua irmã estava de casamento marcado, e no dia da assinatura no civil, o atacante recebeu o telefone de seu empresário, que simplesmente disse “Ivan, você é jogador do Real Madrid”. Casamento? Qual casamento? Os brindes se voltaram a estrela da família, que evoluiu de status de “apenas” goleador para um dos maiores atacantes do futebol.

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Zamorano com a camisa do St. Gallen; OldFootball photos

CONSOLIDAÇÃO DE SEU NOME NO GIGANTE DE MADRID

No clube merengue, Bam Bam se consolidou entre os melhores jogadores dos anos 90, já experiente, perto dos 30 anos, era ponto focal no ataque do Madrid e levantou diversos títulos pelo clube espanhol. Além das taças, um dos jogos mais marcantes de sua carreira aconteceu na temporada de 1994, ano em que ele liderou o time ao título espanhol. Contra o Barcelona, no Santiago Bernabéu, Zamorano fez um triplete na goleada por 5×0. Era a consagração do ano, que terminou como artilheiro e o melhor jogador da liga.

Durante sua passagem por Madrid, ele não decepcionou em nenhum momento e cumpriu com sua obrigação de balançar as redes. Tanto que em 96 ele retornou ao primeiro país quando chegou a Europa, a Itália, mas dessa vez para defender as cores da Internazionale de Milão.

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Zamorano segurando trofeus com a camisa do Real Madrid; Futebol Latino

DE VOLTA À ITÁLIA

Já aos 29 anos e consagrado, Bam Bam chegou a Milão com renome, bagagem e prestígio. Mas, no primeiro ano, uma desilusão tomou conta dos adeptos interistas. Em uma final de Copa Uefa contra o Schalke 04, decisão realizadas nas penalidades, o atacante errou sua cobrança e o clube alemão levantou a taça. Porém, o time nerazzurra queria formar um elenco campeão e, por isso, no ano seguinte trouxe um garoto, um tal de Ronaldo. A redenção era questão de tempo e, na Copa Uefa seguinte, a conquista chegou!

Mas, a Inter seguiu com seu propósito de formar um time campeão, mas dessa vez recheado de estrelas, foi quando trouxeram o craque italiano Roberto Baggio em 98 para usar a camisa 10, a qual Ronaldo usava. Essa “dança das camisas” fez com que uma das histórias mais famosas do atacante chileno fosse possível. Ao perder a camisa 10 para Baggio, mesmo ano em que perdeu a Copa do Mundo para a França, Ronaldo usou a camisa 9, segundo Zamorano ele disponibilizou por vontade própria para seu amigo, que estava muito triste. Bam Bam optou por usar a camisa 18, mas com o símbolo de adição (+) em os números, o qual a soma dava 9.

Na época esse acontecimento causou duas consequências: a primeira foi a de que havia um racha no elenco interista e a segunda é que a venda das camisas de Zamorano estouraram com a inovação. Fato é que mesmo com o trio brilhante, a equipe Nerazzurra parou no título de 97/98.

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Zamorano e Ronaldo comemorando um gol com: MKT Esportivo

CAMINHO PARA A APOSENTADORIA

Após 2001, já aos 34 anos, longe de seu primor físico e com 14 anos de bagagem na Europa, o chileno decidiu defender o América do México. Em terras mexicanas, o atacante reencontrou o caminho dos gols e, principalmente, do título. Ele ergueu seu último troféu da carreira em 2002, o nacional do México, tendo Zamorano como artilheiro.

Antes de pendurar as chuteiras, havia um último ato: realizar o sonho de seu pai e vestir a camisa do coração de seu velho, o Colo Colo. Em 2003, ele assinou o contrato e fez sua última temporada como atleta profissional, marcada de maneira negativa por causa de uma agressão a um árbitro, que invalidou um gol do chileno. Depois disso, ele levou um gancho de 16 partidas que culminou no adiantamento de sua aposentadoria.
Hoje em dia, ele é extremamente atuante em causas sociais e é um dos principais embaixadores do Teletón chileno.

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Zamorando com a camisa do América do México; Conmebol

Números de Zamorano:

Cobresal
Copa Chile 1988

Real Madrid
Copa do Rei: 1993
Supercopa da Espanha: 1993
Campeonato Espanhol: 1995

Internazionale
Copa da UEFA: 1998

América do México
Campeonato Mexicano – 2002