CAROL II – O REI ROMENO QUE LEVOU SEU PAÍS À PRIMEIRA COPA

QUEM FOI CAROL II

Carlos de Hohenzollern-Sigmaringen nasceu no Castelo Peles e foi o quarto rei da Romênia. Ele é o filho mais velho do rei Fernando I e da rainha Maria da Romênia, sua esposa. Em novembro de 1914, quando completou 21 anos, ocupou uma vaga no senado romeno, que por lei era um privilégio constitucional dos herdeiros da coroa quando atingiam a maioridade. Desde cedo demonstrou levar jeito na política.

COPA DO MUNDO

A década de 1920 é um marco no futebol, afinal de contas foi durante essa década que a Copa do Mundo foi criada. A FIFA organizou uma competição entre países e definiu que aconteceria na América do Sul, no Uruguai, decisão que não agradou muitos países europeus. Com o declínio de algumas seleções, as vagas ficaram em aberto.

Carol II, que havia assumido o reinado da Romênia um mês antes da competição mundial, declarou que sua primeira ação como Rei seria levar sua seleção à Copa do Mundo em 1930.

A Romênia tinha acabado de “descobrir” o futebol, já que o esporte chegara no país na mesma década que a FIFA regulamentou o campeonato. A organização, inclusive, aceitou a inscrição da seleção romena três dias antes de encerrar o prazo.

UM REI QUE COMANDOU A SELEÇÃO

Carol II era fascinado pelo futebol e ele mesmo convocou os jogadores que embarcariam rumo ao Uruguai e à história daquele pequeno país. Ele decidiu os titulares, reservas e comissão técnica. Além disso, concedeu anistia aos atletas convocados, que estavam retidos por algum crime “contra o esporte”.

Na época o futebol era amador em grande parte do globo, não era diferente na Romênia. A maioria dos jogadores tinham empregos fixos e muitos deles trabalham em empresas de óleo e industrias. Os donos dos estabelecimentos ameaçavam não ceder ou demitir os funcionários. Carol II foi enfático e também usou de seu poder para ameaçar fechar as empresas caso tivessem algum empecilho com a convocação.

A VIAGEM E A COMPETIÇÃO

O rei romeno não se despediu de seus conterrâneos no porto, pelo contrário, embarcou no navio que veio ao Uruguai e foi o preparador físico dos jogadores durante os 16 dias de viagem. Treino físico e com bola.

Apesar de todo esforço do rei, a Romênia não passou da primeira fase da Copa do Mundo. Eles venceram o Peru por 3-1, mas foram goleados pelos donos da casa por 4-0 e voltaram para sua terra mais cedo que o esperado.

E não parou por aí. O país ainda carimbou vaga para as Copas de 1934, na Itália, e 1938, na França. Contudo, em 1940 Carlos II deixou o poder e a Romênia não participou de Copas durante 30 anos, voltando apenas em 1970. Seu legado deixa marcas e ele sempre será lembrado como o líder que empregou uma paixão em todos os romenos: o futebol!