Nessa seção, queremos demonstrar a ligação de certos clubes de futebol com posicionamentos políticos e como isso influencia na questão política de seus países e torcidas. Em poucas palavras, vamos discordar de Caio Ribeiro e Tiago Leifert e fechar com Casagrande e Juca Kfouri. Vamos trazer histórias de clubes de diversos países e dos mais diversos pontos do espectro político. começaremos com o St Pauli  da Alemanha.

Por que o St Pauli?

 Porque eles são, talvez, o exemplo mais claro da ligação de um clube com um movimento político. No caso, uma posição à esquerda. Mas que amplia suas ações para outros movimentos e questões sociais. O clube é de Hamburgo, da parte mais pobre da cidade, no bairro do porto. Trabalhadores, mulheres donas de casa e jovens estudantes formam a base da torcida.

O estatuto – sim, isso mesmo, o estatuto do clube – se posiciona como antirracista, antissexista e antifascista. Com esse posicionamento, acabou identificando-se também com os movimentos anarquistas e anticapitalistas europeus. Na torcida, há diversas manifestações com este cunho, como a bandeira de Che Guevara, a suástica nazista destruída e a defesa por um futebol em que o dinheiro conte menos que a paixão. Teve como presidente por oito anos Corny Littman, homossexual e participante de movimentos pelos direitos LGBT, e isso fez com que o clube abraçasse mais essa bandeira.

Time do St Pauli vibrando

Vitória do St Pauli sobre o rival Hamburgo, na casa do adversário.
Fonte: Trivela

Neonazista no Pauli? Aqui não!

Desde a década de 80, recusa qualquer filiação de membros que tenham tido qualquer ligação com movimentos fascistas ou neonazistas. E sua torcida reage, muitas vezes com violência, quando torcedores rivais fazem alguma apologia a esses posicionamentos.

Sendo dessa forma, tem números muito legais na questão da diversidade: segundo pesquisas, é o time que tem maior participação de mulheres como torcedoras; o time que mais traz mulheres ao estádio; e é o time que mais tem ações para receber imigrantes na Alemanha.

Esse é o St. Pauli, mostrando que a paixão pelo futebol e o estádio também podem ser momentos para se manifestar politicamente.
Torcedores seguram bandeira com as cores do movimento LGBT

Torcedores seguram bandeira com as cores do movimento LGBT
Fonte: Internet