Originário da cidade de Dortmund, região bastante industrial e ligada historicamente à produção de carvão e de aço, o Borussia é o protagonista da seção de hoje, como clube progressista e ligado a ideias da esquerda no espectro político.

Tendo essa origem, o Borussia nasce e cresce com boa parte de sua torcida e seus concidadãos sendo trabalhadores. Isso fez com que a cidade e o clube fossem sempre muito ligados ao trabalhismo, ao sindicalismo e à luta por justiça social e igualdade.

De fato, durante o período nazista, o Borussia Dortmund teve inclusive vários dirigentes depostos de seus cargos, por se recusar a filiar ao partido nazista. Houve também o triste caso de funcionários do clube que foram presos e mortos pelo regime de Hitler após serem flagrados produzindo, dentro do clube, materiais antinazistas. Muitos cidadãos de Dortmund, judeus, foram levados para os infames campos de concentração.

Nas décadas de 80 e 90, o Borussia foi um clube de resistência contra a cultura hooligan na Alemanha, que quase sempre trazia consigo sentimentos anti-imigração, antissemitas e racistas.

E o Dortmund realmente abraçou esse projeto histórico. Desde 2011, tem um projeto que leva torcedores aos campos de concentração na Alemanha e na Polônia, para que conheçam de perto os horrores do nazismo. Todas as excursões têm inscrições que ultrapassam o limite de vagas e os viajantes precisam ser escolhidos por sorteio. Em 2017, quando houve uma expansão da extrema-direita nas eleições alemãs, o clube se posicionou oficialmente com um vídeo que ridicularizava os neonazistas e fascistas.

Com o crescimento do clube e a popularização global depois de excelentes campanhas, começaram a aparecer alguns movimentos de torcidas do clube ligados a ideias de extrema-direita. Mas o Borussia sempre faz questão de sufocar essas iniciativas, se posiciona fortemente e rejeita essas ligações, principalmente o movimento anti-imigração. Não é raro ver na torcida amarela faixas que dão boas-vindas aos refugiados.

Esse é o Borussia, um clube que tomou para si um papel educacional na sua cidade e comunidade, que se posiciona e participa de diversas campanhas progressistas, antifascistas, contra o racismo e principalmente a favor da imigração de refugiados.