A história de Afonsinho
O cara era muito bom jogador e chegou até a ser capitão desse grande time. Era adorado pela torcida.
Eis que, já em anos de Ditadura Militar, o técnico Zagallo e a diretoria do Botafogo resolveram pegar no pé dele por conta do cabelo e da barba.
Além disso, ele não era como a maioria dos outros jogadores: era ativo politicamente, costumava se posicionar e era estudante de Medicina, onde participava de movimentos estudantis. Foi aí que a diretoria e o técnico começaram a ver nele um perigo para o clube, pois ele poderia ser considerado um subversivo e o clube ter de lidar com as consequências.
Afonsinho então resolveu ir para uma luta ainda maior: o direito do jogador de futebol de escolher seus destinos.
Afonsinho: o primeiro jogador livre
A Lei do Passe, na época, colocava todos os direitos do jogador na mãos do clube.
Assim como na sociedade em clima de ditadura, não havia também nenhuma liberdade para o jogador de futebol, todas as decisões sobre seu futuro e carreira cabiam ao clube. A diretoria do Botafogo, e também Zagallo, várias vezes impediram Afonsinho de jogar e o fizeram treinar separado. Só ele tinha coragem de enfrentar Zagallo, que nesta época era o famoso treinador, construtor da seleção de 70, tricampeã do mundo.
Depois disso, atuou nos outros três grandes do RJ, no Santos e no América-MG.
Virou ídolo contra a ditadura, e até tema de canção de Gilberto Gil. Mas a maior vitória ele já tinha: mostrou que jogador de futebol também pode lutar por direitos.