Libertadores da América- A data era 17 de março de 1971. Jogavam, pela primeira fase da competição sul-americana, Boca Juniors e Sporting Cristal em La Bombonera. O Boca precisava vencer para avançar a segunda fase, mas o placar de 2×2 teimava e o time peruano jogava todo fechado.
Essa é mais uma da história pouco contadas
A confusão
Já no fim do jogo, Rogel, atacante do Boca, entrou na área e tentou cavar um pênalti. Os jogadores do Sporting Cristal ficaram irritados e os argentinos, que quase sempre gostam de um entrevero, entraram na briga, que se tornou generalizada.
A coisa não ficou só em socos ou discussões. Golpes, chutes, voadoras e todo tipo de ataque violento foi visto.
Recorde de expulsões na história da Libertadores
Resultado: 19 expulsões, recorde em qualquer competição sul-americana. Só os dois goleiros e um zagueiro do Boca escaparam do cartão vermelho.
E teve mais: três jogadores tiveram que ser hospitalizados. O resto dos brigões teve que ser levado para a Polícia.
Em matéria do globo esporte que indicamos muito, Orlando de la Torre (jogador do time peruando), conta que era perseguido por jogadores do Boca em fúria. Correu para um dos cantos do campo e, encurralado, não pensou meio segundo ao sacar do gramado aquele bastão de madeira que servia como mastro para uma das bandeirinhas de escanteio da Bombonera. Ao mesmo tempo, em Lima, enquanto assistia àquela barbárie toda, sua mãe sentia uma forte dor no peito e o braço esquerdo dormente. Era, que ironia, uma das primeiras partidas transmitidas via satélite, na Copa Libertadores de 1971.
“Ela viu claramente quando eu estava cercado por vários jogadores do Boca, até que consegui arrancar a bandeirinha de escanteio para me defender com essa pedaço de pau. Ela estava vendo tudo, ficou impressionada e faleceu de um ataque no coração. Como vou esquecer desta partida?”, contaria, anos mais tarde, o ex-jogador peruano à revista El Gráfico.