DECO – DA BASE AO PROFISSIONAL
Anderson Luís de Souza, nascido em agosto de 1977, na cidade de São Bernardo do Campo.
Incentivado desde muito cedo pelo seu pai, o senhor Ozias de Souza, Anderson tem uma história parecida com milhares de garotos brasileiros: o sonho de se tornar um jogador de futebol profissional.
Com apenas 11 anos, ele passou em uma peneira no Guarani de Campinas, em seguida jogou no Juventus da Mooca, até chegar ao gigante Corinthians na década de 90.
O primeiro grande destaque em um campeonato foi na famosa Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1997, ano que o Timãozinho ficou em segundo lugar. Depois de uma boa aparição, o clube do estado de São Paulo emprestou o jogador ao CSA de Alagoas.
No nordeste ele ficou poucos meses e já chamou a atenção do mercado europeu.
O Benfica pagou 4 milhões de euros para tirá-lo do Brasil e começar seu legado no velho continente.
Deco no Corinthians – GE
UMA HISTÓRIA NA EUROPA
Ao pousar em Portugal, Deco nem chegou a vestir a camisa das águias e já foi emprestado ao Alverca da segunda divisão portuguesa. Por lá ganhou rodagem e experiência com o futebol europeu, apesar de não estar na elite da Liga Nacional, fez uma ótima temporada. Na temporada 98/99, período de retorno ao gigante português, o clube decide emprestá-lo por mais um ano, dessa ao Salgueiro, que também disputava a Liga B da competição portuguesa.
Contudo, foi nesse ano que sua trajetória tomaria outro rumo.
Mantendo as boas aparições e demonstrando ter uma técnica acima acima companheiros de equipe e até mesmo uma habilidade diferente para ser desperdiçada na segunda divisão, o Porto desembolsou 8 milhões de euros para o rival Benfica e comprou o passe do meia em 1999.
O AUGE NO CLUBE DO PORTO
Mal sabia o Benfica que Deco faria história com o clube do Porto e desandaria a vencer títulos durante os anos que esteve por lá.
Aos 23 anos de idade, Deco era titular absoluto dos dragões azuis e brancos. No ano que chegou, na parte final da competição de 99, ele levantou o primeiro caneco da Liga nacional portuguesa.
Mas era apenas o primeiro troféu dos muitos que o meia conquistaria vestindo a camisa dos tripeiros.
Deco com a camisa do Porto – Transfermarket
Os melhores anos de Deco no Porto foi de 2002 a 2004.
No ano do penta da seleção brasileira, o clube contratou um jovem treinador chamado José Mourinho.
Logo na primeira temporada como técnico, Mourinho confiava de olhos fechados no brasileiro de 25 anos, titular indiscutível. E foi nessa temporada que o Porto venceu a tríplice coroa ao conquistar o campeonato português, a taça de Portugal e a Copa Uefa (atual UEFA Europa League). Não bastasse os três títulos, de quebra ganharam a supertaça de Portugal.
UMA IMPROVÁVEL CHAMPIONS
Ainda sim, com essa avalanche de troféus, o melhor ano ainda estava por vir.
Em 2004 o time português fez história ao passar na Champions League pelo gigante Manchester United, o Lyon, um timaço do Deportivo La Coruña e, na finalíssima, bater um improvável Monaco, sagrando-se campeão europeu.
Esse ano não foi apenas histórico ao clube português, também foi para o Deco. Ele foi eleito o melhor jogador do campeonato português, da Champions League, da final da Champions e o segundo melhor jogador do mundo, aém de ser eleito o melhor meio-campista da Europa.
Deco com a taça da champions league – transfermarket
Um ano que só não foi perfeito por um pequeno detalhe: Grécia.
Nesse mesmo ano, já naturalizado português, o Deco participou de sua primeira competição internacional vestindo a camisa portuguesa. Jogando ao lado de craques como Luís Figo, Rui Costa e um jovem Cristiano Ronaldo, ele foi eleito o melhor da Eurocopa, mas a pedra no caminho tiraria o título europeu de seleções. Uma improvável Grécia, que assustou o mundo demonstrando um bom futebol, conquistou o Campeonato e frustrou a nação portuguesa.
Porém, apesar do triste vice, Deco tinha gastado a bola e um gigante europeu estava de olho no futenol do craque.
RUMO A CATALUNHA
O Barcelona pagou 21 milhões de euros e comprou o meia, que se cara correspondeu as expectativas da nação culé: La Liga em seu primeiro ano lhe rendeu novamente o título de melhor meia da Europa.
Mas, não pararia por aí, seu auge com a camisa azul grená seria em 2005-06, ao lado de um mágico Ronaldinho Gaúcho, que encantava o mundo com suas jogadas geniais e de tirar o fôlego, o Barça levantou o título da Champions ao bater um poderoso Arsenal comandado pela técnico Arsène Wenger fora de campo e por Henry dentro.
Em uma final de tirar o fôlego, o clube catalão saiu atrás do placar, mas ao ficar com um jogador a mais em campo depois da expulsão do goleiro do time inglês, se impôs física e numericamente. Com gol de Eto’o e do improvável Belleti, o Barcelona levantou a orelhuda.
E, para variar, Deco estava na seleção dos melhores jogadores do mundo.
Ronaldinho Gaúcho e Deco defendendo as cores do Barcelona – Torcedores
Porém, ali, naquele final de temporada em 2006, aos 29 anos de idade e no auge da carreira, foi o início de seu declínio.
Nas duas temporadas seguintes, nem Deco nem Barcelona encantam, não conquistam títulos e as cobranças começam a surgir.
Foi então que a diretoria do clube se mexeu para reformular o elenco e tentar dar um chacoalhão nos atletas.
O primeiro passo foi promover o técnico do Barcelona B, antigo jogador do clube, Pep Guardiola.
Ao chegar no Barça em 2008 ele quis mudar os ares e dispensou dois craques: Deco e Ronaldinho.
Há quem diga que a dispensa tenha sido feita pela vida de noitadas que o brasileiro e o luso-brasileira levavam.
Fato é que ao final desse ano os dois jogadores não estavam mais nos planos de Pep.
EXPERIÊNCIA NA INGLATERRA E O RETORNO AO BRASIL
O Chelsea, que acabara de ser comprado pelo bilionário Abramovich, trouxe o experiente meia de 31 anos para compor o plantel dos Blues.
Contudo, o craque já não era o mesmo e, por lá, nunca foi um titular absoluto.
Apesar disso, Deco estava acostumado a vencer títulos e ajudou o time a conquistar alguns títulos, mesmo começando no banco alguns jogos e entrando ao longo das partidas.
Sua passagem pela Inglaterra foi rápida, foram dois anos e inconstantes aparições.
Por isso, em 2010 e com 33 anos, o meia resolve retornar ao Brasil para vestir a camisa do tricolor carioca, o Fluminense.
Felipão e Deco com a camisa do Chelsea – ESPN
APOSENTADORIA
No país natal ele reencontra o velho e bom futebol, além de fazer parte de um grande time montado pelo Flu.
Como de costume, em sua primeira passagem ele ajudou na conquista do campeonato brasileiro.
Em 2011 o clube carioca passa em branco, mas apresentando um ótimo futebol.
No ano seguinte, em 2012, o Fluminense leva o campeonato carioca, com Deco eleito o craque da competição, além de ser bicampeão brasileiro, também estando na seleção da competição.
Apesar disso, seu corpo dava sinais de desgaste e as lesões começaram a se intensificar em 2013. Então, aos 36 anos, o multicampeão decide pendurar as chuteiras e se aposentar dos gramados.
Deco vestindo a camisa do Fluminense – Netflu
Porto
• Liga dos Campeões da UEFA: 2003–04
• Copa da UEFA (atual Liga Europa da UEFA): 2002–03
• Campeonato Português: 1998–99, 2002–03 e 2003–04
• Taça de Portugal: 1999–00, 2000–01 e 2002–03
• Supertaça de Portugal: 1999, 2001 e 2003
Barcelona
• Liga dos Campeões da UEFA: 2005–06
• Campeonato Espanhol: 2004–05 e 2005–06
• Supercopa da Espanha: 2005 e 2006
Chelsea
• Campeonato Inglês: 2009–10
• Copa da Inglaterra: 2008–09, 2009–10
• Supercopa da Inglaterra: 2009
Fluminense
• Campeonato Brasileiro: 2010 e 2012
• Taça Guanabara: 2012
• Campeonato Carioca: 2012
