A estrela solitária uruguaia da década de 80 e 90.
Um meia atacante fabuloso!
Antes da fama
Nascido em Montevidéu no ano de 1961, Enzo Francescoli Uriarte era torcedor fanático do Peñarol. Mas, em seus 14 anos de carreira, jamais realizou seu sonho de defender o time carbonero.
Quando adolescente, tentou ingressar no time aurinegro de coração, porém, de acordo com o próprio Enzo, ele passava mais tempo fora dos gramados olhando os outros garotos jogarem do que em campo mostrando seu futebol.
Então, tentou a sorte no River Plate uruguaio, onde foi aprovado. Porém, optou por seguir na equipe de futebol do Colégio Salesiano em que estudava, pela qual fora campeão por cinco anos seguidos em competições colegiais.
No último ano do colegial recebeu uma oferta do Montevideo Wanderers e iniciou sua carreira no meio futebolístico.
Carteira de Francescoli da Federação uruguaia. Fonte: internet
Ponta pé inicial
Em 1980, Francescoli estreou na equipe principal, ano em que os bohemios conseguiram seu melhor resultado desde o último título do campeonato uruguaio, em 1931. Terminaram a temporada em segundo lugar, atrás apenas do gigante time do Nacional, que também foi campeão da libertadores. O Nacional era o bicho papão naquela época.
Bastaram alguns anos para que o meia atravessasse a fronteira e caísse no Monumental de Nuñez, para defender o River Plate, em 1983.
Nos Millonarios o uruguaio chegou de maneira tímida, seu primeiro ano não foi bom, assim como todo o time argentino. Em 84 seu futebol passou a ser mais consistente. Em 85 bateram na trave e ficaram em segunda lugar no campeonato, Enzo foi eleito o melhor jogador da competição.
O título finalmente viria no campeonato seguinte, em 86, e com Francescoli artilheiro.
Francescoli comemorando com a camisa do River Plate. Fonte: internet
Rumo a Europa
Poderia ter ficado para jogar a Libertadores, que foi conquistada pelo River, mas no ano do título foi para o futebol francês, no Racing Club.
No Racing, apesar das boas atuações, não levantou caneco algum. Foram quatro longos anos sem conquistar títulos e isso mexeu com uruguaio.
Em 1990, se transferiu para o Olympique de Marselha.
Foi seu grande momento no velho continente: campeão francês e eleito melhor estrangeiro da liga.
El Principe, como era chamado, foi o pilar dos ciels et blancs. Maestro do time, demonstrou um farto repertório de dribles, passes e cobranças de falta. Encantou todos os torcedores, um em especial chamado Zinedine Zidane, que quando garoto era torcedor do Olympique e tem Francescoli como ídolo.
Enzo Zidane, filho do craque francês, se chama Enzo pelo fanatismo de seu pai.
Pois é, Zidane é gente como a gente e também teve seus heróis quando jovem.
Francescoli vestindo a camisa do Olympique de Marseille. Fonte: internet
Em 90, apesar do titulo da league 1, Francescoli aceitou um novo desafio e foi desfilar seu bom futebol na velha bota. Contudo, a experiência na Itália talvez tenha sido a pior em sua carreira.
Jogou três anos no Cagliari, durante dois anos seguidos lutou contra o rebaixamento.
Também jogou no Torino durante uma temporada e nada conquistou.
De volta para casa
El Principe precisava dos ares sul americanos novamente e em 1994 retornou ao River.
O final de sua carreira foi simplesmente espetacular.
Entre o ano do retorno ao River até sua aposentadoria, de 94 a 97, levou quatro Campeonatos Argentinos.
O maior momento na equipe de Buenos Aires foi em 1996, quando Francescoli liderou um conjunto jovem do River que contava com Ariel Ortega, Matías Almeyda, Juan Pablo Sorín, Hernán Crespo e Marcelo Gallardo, ao título da Taça Libertadores da América, a segunda da história do clube, igualando momentaneamente com o arquirrival Boca Juniors.
Além disso, um ano antes havia vencido a Copa América, campeonato disputado no Uruguai. A seleção Celeste derrotou o Brasil, atual campeão do mundo.
Francescoli com a taça da libertadores da américa. Fonte: internet
Final de carreira alucinante
Seus dois últimos jogos oficiais pelo River Plate foram históricos!
Ambos, em um intervalo de quatro dias, valeram títulos, que foram conquistados: a Supercopa Libertadores (última edição da competição) e o campeonato argentino. Em 1999, retornou ao Monumental para um amistoso de despedida.
65 mil espectadores, dentre os quais o presidente da Argentina e do Uruguai foram ver a partida, até torcedores do Boca Juniors foram, tamanha grandeza do craque uruguaio.
O carinho pelo River é tão grande, que Enzo vive na Argentina até hoje.
