O maior armador que a NBA já viu.
Infância
Earvin Johnson Jr. nasceu em 14 de agosto de 1959, em Lansing, no estado de Michigan.
Ele foi o sétimo filho da família, que ainda viria a ter mais três após o seu nascimento. Desde cedo, Earvin Jr. passou a realizar pequenos trabalhos para conseguir um dinheiro extra: aos 10 anos, por exemplo, ele já tinha o seu próprio negócio de jardinagem.
O pai de Earvin sempre assistia aos jogos da NBA na televisão. Tanto ele quanto sua esposa haviam praticado basquete quando jovens. Os irmãos de Earvin Jr. também praticavam o esporte, por isso não foi surpresa alguma quando ele passou a jogar.
Hight School
Em 1974, aos 14 anos, Earvin Jr. ingressou na Everett High School para cursar o ensino médio. Ele almejava ir para a Sexton High School, uma instituição composta apenas por jovens negros e que respirava basquete, mas foi direcionado para a Everett.
Earvin encontrou problemas no time de basquete da escola, uma vez que seus companheiros, em sua maioria jovens brancos, evitavam passar a bola para ele. Foi necessária uma conversa com o treinador George Fox para que a situação fosse resolvida.
Mesmo sendo o jogador mais alto do time, Fox escalou Earvin como armador, pela sua incrível habilidade no drible e passe. Gradualmente, o nível do jogo da Everett cresceu e, no segundo ano de Earvin na escola, o time já era um dos melhores do estado de Michigan.
Foi durante o seu segundo ano na Everett High School que Earvin recebeu o apelido “Magic”. Ele tinha somente 15 anos e, em uma partida contra o instituto Jackson Price, um dos líderes do campeonato, conseguiu um triplo-duplo de 36 pontos, 18 rebotes e 16 assistências.
Magic Johnson em seu apartamento em Michigan – Lansing State Journal
Universidade
Após uma carreira de sucesso no ensino médio, Johnson foi sondado por inúmeras universidades norte-americanas para disputar a liga universitária de basquete, mas ele escolheu permanecer em seu estado: Universidade do Estado de Michigan.
Johnson não tencionava seguir carreira profissional no basquete, pois tinha o sonho de atuar como comentarista televisivo. Porém, em seu primeiro ano na universidade, ele conduziu os “Espartanos” (apelido da equipe) ao seu melhor desempenho em 11 anos, com uma série de 25 vitórias e 5 derrotas, que levou aquele time ao título da Big Ten Conference e ao torneio da primeira divisão da NCAA em 1978.
Magic Johnson com a camisa da Universidade de Michigan – Pinterest
Em 1979, os Espartanos chegaram ao campeonato da primeira divisão e alcançaram a final. O adversário do último confronto era a Universidade de Indiana, comandada por Larry Bird. Naquele que foi um dos jogos de basquete universitário mais assistido de todos os tempos, a Estadual de Michigan venceu a Universidade de Indiana por 75 a 64 e conquistou o título da NCAA.
Magic Johnson foi o melhor jogador do campeonato e das finais.
Aos 20 anos, ele optou por declarar-se elegível para o draft.
Magic Johnson segurando seu diploma. Fonte: internet
O ano mais aguardado pelos calouros
Johnson foi draftado pelo Los Angeles Lakers como a primeira escolha geral do draft de 1979. Foi jogar junto do pivô Kareem Abdul-Jabbar, que viria a se tornar o maior pontuador da história da NBA. Apesar de Jabbar ter estabelecido um domínio sobre os demais pivôs da liga, ele não havia conseguido ganhar um campeonato com os Lakers, e esperava-se que Johnson pudesse ajudá-lo a alcançar esse objetivo. Durante a temporada regular, Earvin apresentou médias de 18 pontos, 7,7 rebotes e 7,3 assistências por jogo, sendo selecionado para o Melhor Quinteto de Revelações da NBA. Além disso, foi votado como titular do Jogo das Estrelas da NBA — a Revelação do Ano foi justamente Larry Bird, do Boston Celtics, com quem Earvin Jr. havia estabelecido uma rivalidade durante a universidade.
Magic John e Kareem Abdul-Jabbar pelos Lakers – Lakers Brasil
Os Lakers apresentaram uma série de 60 – 22 durante a temporada regular e chegaram às finais da NBA de 1980, na qual enfrentaram o Philadelphia 76ers, comandado pelo ala Julius Erving. Nos cinco primeiros jogos da série final, os Lakers abriram 3-2. Porém, Abdul-Jabbar (que estava com médias de 33 pontos por jogo durante a série final) torceu o joelho e ficou impossibilitado de atuar no jogo 6. Paul Westhead, técnico dos Lakers, optou por escalar Johnson como pivô. Ele marcou 42 pontos, pegou 15 rebotes, distribuiu sete assistências e roubou três bolas na vitória por 123 a 107 dos Lakers, atuando como armador, ala e pivô em diferentes momentos do jogo. Earvin tornou-se o primeiro novato da história da NBA a receber o prêmio de Jogador Mais Valioso das Finais, e sua performance no jogo 6 é considerada uma das maiores da história da liga. Ele também se tornou um dos quatro jogadores a conquistarem títulos da NCAA e da NBA em anos consecutivos.
Além de 1980, Magic Johnson foi campeão da NBA em 1982, 1985, 1987 e 1988.
Em 1991, anunciou ser portador do vírus da Aids e parou de jogar. Na época, receber esse diagnóstico era uma sentença de morte, pois a doença era nova e pouco se conhecia do vírus. Outra batalhava precisava ser travada além da doença: contra o preconceito. Pelo pouco conhecimento da nova doença, muitos atletas tinha receio de entrar em quadra com Johnson por medo de “pegar HIV”. Mas, MAgic fez do limão uma limonada.
No programa americano de investimentos “Expert 2020” ele disse:
HIV mudou minha vida. Em 1991, as pessoas consideravam a doença uma sentença de morte. A minha esposa e minha família foram o meu maior suporte, sem eles eu não estaria aqui hoje. Eu estava devassado. Mas depois de um tempo, fui ao médico e perguntei como poderia ter uma vida longa. Ele me disse três coisas: me conformar com a doença, tomar a medicação corretamente e cuidar do meu corpo. Eu fiz tudo isso e deu certo.
Quando conformado, ele decide ser o rosto do HIV para o mundo na luta contra o vírus.
No ano seguinte, em 1992, ele voltou ao esporte para participar das Olimpíadas de Barcelona e ganhar a medalha de ouro para os Estados Unidos (EUA), participando do Dream Team.
O time não tinha esse nome a toa. Com gênios como Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird, além de nomes como o de Charles Barkley, Clyde Drexler, Patrick Ewing, Christian Laettner, Karl Malone, Chris Mullin, Scottie Pippen, David Robinson e John Stockton, o time era uma potência em quadra!
Dream Team nas olimpíadas de Barcelona de 1992 – UOL
Possivelmente foi a melhor equipe em qualquer esporte coletivo já vista e dificilmente será superada. Foram cinco vitórias em cinco jogos para chegar até a medalha de ouro e jogo mais “difícil” foi vencido por 32 pontos de diferença.
Apesar do título e do prestígio, o preconceito com sua condição ainda machucava. Então, Johnson decide abandonar o basquete porque muitos jogadores temiam o contágio em quadra e, em outubro de 1992, faz sua última partida.
Hoje presidente da Fundação Magic Johnson, que combate o HIV no mundo, ele fala que a luta continua:
Todos estes anos eu luto contra o preconceito, busca arrecadar dinheiro para ajudar as pessoas doentes, sobretudo as que não podem pagar por seus medicamentos. Busco encorajá-los, motivá-los, ter uma atitude positiva. Não só para pessoas contaminadas por HIV, mas também com as minorias nos EUA, uma vez que a doença está crescendo entre os negros e os mais pobres no país – Programa Expert 2020
Números de Magic
Sua passagem pela NBA ficou eternizada pela sua inclusão na lista de 50 Maiores Jogadores da História da NBA e seu nome foi gravado no Basketball Hall of Fame
5 vezes campeão da NBA.
3 vezes eleito o MVP em finais
3 vezes eleito o MVP em temporadas regulares
12 vezes no all star game
10 vezes no time ideal da NBA
Estados Unidos – Jogos Olímpicos: medalha de Ouro: 1992
