OS INESQUECÍVEIS – MICHAEL OWEN, HISTÓRIA DO METEÓRO INGLÊS

OWEN – INFÂNCIA E TORCIDA PARA O EVERTON

Michael James Owen nasceu em dezembro de 1979, em Chester, Inglaterra. Como muitos garotos, ele foi influenciado pelo pai na escolha do clube de coração, o Everton. Aliás, Terry, seu pai, foi um ex-jogador do time de Liverpool.

Quando criança, com apenas 7 anos, ele jogava em um time amador chamado Mold Alexandra FC e no meio de meninos de 10 anos. Apesar da diferença de idade, Owen se destacava, o que despertou um alerta em seu pai.

Já no início da adolescência, ele foi sondado por Arsenal, Chelsea e Manchester United. Contudo, quem conseguiu contratar a jovem promessa foi o rival do seu clube de coração, o Liverpool. Ele passou por todas as categorias de base dos Reds e, aos 18 anos, em 1996/97 fez sua estreia pelo time principal. De cara mostrou seu cartão de visita e anotou o primeiro gol da carreira.

ASCENSÃO METEÓRICA

Com 19 anos, ele se tornou titular absoluto, vivia uma ascensão meteórica! Em 36 jogos na Premier League, ele fez 18 gols, foi artilheiro do campeonato e escolhido o melhor jogador jovem da competição. Apesar de gastar a bola durante a temporada de 97/98, o Liverpool terminou o Inglês na terceira colocação. Entretanto, a convocação para a Copa do Mundo na França era certa. Ele era o garoto prodígio Inglês.

No mundial ele foi reserva, mas um reserva de luxo, aquele 12º jogador. Inclusive, nas oitavas-de-final contra a Argentina, jogo que a seleção inglesa se despediu da competição, Owen entrou durante a partida e fez um golaço.

De volta a Liverpool, Michael Owen seguia atuando de maneira primorosa, apesar do time não acompanhar seu talento e nível técnico. Os dois anos seguintes a Copa do Mundo foram decepcionantes para os Reds. Aliás, desde sua estreia o Liverpool não havia conquistado taça alguma, fato que o incomodava demais.

O MELHOR ANO DA CARREIRA DE OWEN

A redenção viria de maneira fantástica na temporada 2000/01. Durante esse ano, o clube venceu 3 campeonatos: a Copa da Inglaterra diante do rival Arsenal, e com uma aparição absurda do jovem Owen, que guardou duas bolas no fundo do gol. A Copa da Liga inglesa foi vencida nos pênaltis. E, por fim, a Taça da UEFA, hoje conhecida como UEFA Europa League. 2001 foi uma temporada em que Owen fez chover e jogou muita bola, foram 24 gols em 46 partidas, não à toa foi eleito pela revista France Football o melhor jogador do mundo.

Os anos seguintes pouca coisa mudou. Owen seguia encantando e os Reds empilhando troféus. Ele permaneceu em seu clube de formação até 2004, quando outro gigante europeu decidiu abrir os cofres e, por 12 milhões de euros, o tirou da Inglaterra.

A IDA PARA OS GALÁCTICOS DE MADRID

No Real Madrid sua carreira balançou logo no início. Apesar do futebol e maturidade apresentados na terra da rainha, a pressão de fazer parte do famigerado time galáctico mexeu com o inglês. Ele nunca foi unanimidade no elenco.

Quis o destino que na temporada seguinte a sua saída de Liverpool, o time merengue não levantasse troféu algum e seu ex-clube conquistasse a Champions League.

Ele não convencia e o clube de Madrid não vencia títulos, apesar de contar com um elenco recheado de estrelas. Dois anos após sua chegada e não apresentar um bom futebol, ele aceitou uma oferta para retornar ao país natal, mas dessa vez para defender as cores do Newcastle.

DE VOLTA PARA CASA

A intenção de Owen era ter mais minutos em campo e não perder a vaga no ataque da seleção inglesa.

Apesar disso, no começo de sua trajetória no time do nordeste da Inglaterra ele quebrou o pé e perdeu o restante da temporada. É nesse momento da carreira do craque inglês que a “chave” das lesões virou, alterando totalmente o percurso de sua vida.

Após se recuperar, ele foi convocado para a Copa de 2006. No terceiro jogo do mundial, ainda na fase de grupos, ele lesionou os ligamentos do joelho com 4 minutos de partida, ficou afastado dos gramados por meses e perdeu mais uma temporada.

Desde quando saiu do Liverpool, Owen jamais apresentou seu talento em outro clube.

Mas o pior momento de sua carreira ainda estava por vir. Em 2008, com quase 30 anos de idade, o Newcastle teve um desempenho medonho e foi rebaixado para a segunda divisão inglesa. O atacante não seguiu no clube e pegou o rumo para Manchester.

PASSAGEM APAGADA POR MANCHESTER

Em 2009, ele chegou de graça nos Red Devils, ainda comandados por Sir Alex Ferguson, que procurava um nome para substituir Cristiano Ronaldo, que acabara de ser vendido ao Real Madrid.

Apesar do Manchester United conquistar quatro títulos enquanto Owen atuava por lá, ele jamais foi um titular absoluto e não demonstrou sequer lampejos de seus melhores momentos quando atuou pelo Liverpool. Muito dessa queda de rendimento foi por conta das lesões, e no segundo e terceiro ano de clube ele aparecia constantemente no departamento médico. Em 2012 ele se mudou de Manchester.

UM ÚLTIMO DESAFIO ANTES DE SE APOSENTAR

Era fato que seu corpo já estava desgastado e sofria por conta da sequência de lesões. Mesmo assim, o atacante aceitou um último desafio em sua carreira, o Stoke City. Ele decidiu ir para a cidade de Stoke, pois era perto de uma fazendo que ele tinha, lugar que criava cavalos.

Mas, em 2013, novamente fora dos gramados por conta de uma lesão no tendão de Aquiles. Nesse mesmo ano uma triste e fatídica decisão: abandonar o futebol.

Durante 16 anos de carreira ele jogou 482 jogos, marcou 222 gols e conquistou 10 títulos.

Ele foi inesquecível.