NASCIMENTO E INÍCIO NO FUTEBOL
Quem não se lembra daquele goleiro meio “doido” de cabelo loiro?
Santiago Cañizares é ídolo máximo de um dos maiores times, se não o maior, que o Valência já teve!
Ele nasceu em Madrid, dezembro de 1969, mas foi criado em uma pequena cidade chamada Puertollano, que se destaque pela sua importância industrial, contrastando com as demais cidadezinhas ao redor que predominantemente são rurais. A localidade faz parte de uma comunidade autônoma da Espanha, região sul do Península Ibérica do Planalto Interno.
Quando adolescente, apesar de não ser muito alto (1,81m), era extremamente ágil e se destacava jogando no gol. Não a toa que o gigante Real Madrid o trouxe para sua base quando ele tinha apenas 15 anos, em 1985.
REAL MADRID, EMPRÉSTIMOS E DESILSÃO NO FUTEBOL
Quando completou a maioridade civil, Santiago estreou pelo time C do clube merengue. Uma temporada depois, os 19, subiu para o time B, o famoso Real Madrid Castilla, que dá rodagem e prepara jovens em campeonatos inferiores na Espanha. Ele também ficou apenas uma temporada no clube B e, aos 20, subiu para a equipe principal de Madrid.
Cañizares jogou algumas partidas apenas e foi emprestado. Durante 1990 a 1994, o goleiro espanhol mudou de clube três vezes, três empréstimos diferentes: Elche, Mérida e Celta de Vigo. Parecia que não vingaria no meio futebolístico. Após a passagem pelo clube de Vigo, o arqueiro retornou a Madrid e por lá ficou mais três temporadas, entrava em algumas partidas, principalmente jogos de copa nacional. Já aos 27, sua carreira jamais havia dava indícios que decolaria. Contudo, na temporada seguinte chegou uma oferta de outro clube espanhol que mudaria sua vida profissional de ponta cabeça.
RUMO À VALÊNCIA E A DIVERSAS CONQUISTAS
A cria do Real Madrid chegou ao Valência em 1998, aos 28 anos de idade, com o enorme desafio de substituir o consagrado Zubizarreta. Ele chegou e, de cara, foi titular. Tomou conta da posição debaixo das três traves.
Não demorou muito para cair nas graças da torcida; logo na primeira temporada conquistou a Copa do Rei em cima do Atlético de Madrid.
Na temporada seguinte, em 99, conquistou a supercopa da Espanha, contra o Barcelona de Frank De Boer, Guardiola e Luís Figo.
Mas foi dos anos 2000 a 2004 que Cañizares teve seus anos dourados junto do time do Valência, que na verdade não eram um simples time, era uma verdadeira Seleção!
Ao lado de Aimar, Ayala, Cláudio López e comandado por Rafa Benítez, Cañizares foi bi campeão espanhol, 2001/02 e 2003/04, além de ter sido eleito o melhor goleiro de La Liga por três anos (2000/01, 2001/02 e 2003/04) e esteve no time do ano da UEFA em 2001.
O jogador, que na maioria de seus anos como profissional não passava de coadjuvante no clube de Madrid, agarrou a oportunidade e se colocou no cenário mundial do futebol.
Los Che, apelido do Valência, chegaram em duas finais seguidas de Champions League; em 2000 perderam para o Real Madrid e em 2001 chegaram muito perto do título ao perder nos pênaltis para o Bayern de Munique.
Foi nessa derrota que Cañizares demonstrou sua paixão pelo clube. Chorou copiosamente e foi consolado por Oliver Khan, que pouco comemorou o título ao ver o goleiro espanhol em lágrimas. O alemão passou mais tempo ao lado de Santiago que de seus companheiros bávaros, Santi estava desolado.
EPISÓDIO QUE O TIROU DA COPA DO MUNDO DE 2002
Nesse período, ele era nome certo na seleção espanhola e com certeza seria um dos nomes para a Copa do Mundo de 2002, vencida pelo Brasil. Contudo, um frasco de perfume o tirou da competição. Ele teve uma ruptura do tendão do pé direito na concentração da seleção, em Cádiz, após a queda de um pequeno frasco de cristal. O goleiro teve que fazer uma cirurgia para reconstruir o tendão, pois a lesão foi extremamente grave. Para seu lugar, foi convocado Pedro Contreras, do Málaga.
DE VOLTA AO CLUBE
Los murciélagos eram um time MUITO bom, batiam de frente com qualquer gigante europeu da época. Tanto que em 2003/04 o Valência foi campeão da UEFA Europa League em cima do Olympique de Marselha, 2-0. Os espanhóis eliminaram o time turco Gençlerbirliği nas oitavas, o Bordeaux nas quartas e o Villareal na Semi. O time francês, que contava no elenco com bons nomes como Barthez, Mathieu Flamini e o jovem atacante Didier Drogba, passou por um caminho mais difícil e eliminou o Liverpool nas oitavas, Inter de Milão nas quartas e o Newcastle na semi.
Com o título, Cañizares cravou seu nome na prateleira mais alta do clube de Valência, idolatrado por todos os torcedores. Mas ainda tinha outra conquista pelo caminho, já conhecida pelo diabo loiro.
APOSENTADORIA
Em seu último de carreira (2008), já aos 38 anos, Santi levantou mais um troféu. Quis o destino que ele conquistasse a mesma competição de seu primeiro ano no clube: outra Copa do Rei!
E assim, 305 jogos depois, ele se aposentou dos gramados.
Cañizares tinha como característica o excelente reflexo, fazia intervenções à queima-roupa, defesas plásticas e impossíveis.
Seu loiro platinado, jeito sulamericano e catimbeiro de ser deram destaque fora de campo, e ele ganhou o carisma e carinhos dos torcedores do Valência!
Atuou debaixo das traves em 391 jogos oficiais, 411 no geral.
Santiago Cañizares, ídolo máximo do Valência!