História Pouco Contada – Kathrine

A História pouco contada de hoje, é a melhor forma de se homenagear uma mulher, contando fatos que mostram o quanto o sexo feminino já sofreu nesse mundo machista.

Quando olhamos para o passado, algumas atitudes parecem distantes, mas a verdade é que não é preciso ir muito longe para ver alguns absurdos.

Há 54 anos (1967- texto de 2021), a presença de uma mulher participando de uma corrida era algo não só algo escandaloso, como também podia causar reações violentas. Isso aconteceu com Kathrine Switzer na Maratona de Boston de 1967.

Kathrine precisou mais do que 42 Km de corrida para se tornar a primeira mulher a completar a tradicional maratona da cidade de Boston oficialmente. Pois é, Switzer, não só foi verbalmente agredida por outros corredores, que tentaram obriga-la a não usar maquiagem na pista, como foi fisicamente agredida por um juiz, que tentou retira-la da pista à força, isso só não ocorreu pois o namorado de Kathrine impediu tal ato.

Como aconteceu?

Importante dizer que, a maratonista se inscreveu com o nome K. V. Switzer,  um nome neutro, para confundir os juízes – as mulheres só seriam aceitas de fato na corrida cinco anos depois, já em 1972.

“A corrida me mudou completamente. Nessa época, eu era magra, insegura e sentia que cada milha era uma vitória”, disse Kathrine. Pelos motivos citados acima, a universidade não tinha uma equipe feminina de corrida, por isso, a alternativa foi treinar com o time masculino de cross country, do treinador Arnie Briggs.

A movimentação chamou a atenção de Jock Semple, um juiz escocês. Ao saber da presença feminina entre os participantes, Semple tentou afastá-la agressivamente. Ao empurrar a jovem gritou: “Caia fora da minha corrida e me dê esse número de peito”.

Depois da Maratona de Boston de 1967, K. V foi expulsa do “União Atlética Amadora”, da qual fazia parte, mas se tornou uma celebridade e um ícone da luta por igualdade de gêneros, isso sim é meritocracia 😉

Além de construir uma forte carreira como maratonista, Kathrine permaneceu como uma militante feminista dentro dos esportes. O que hoje pode parecer simples, na realidade tornou-se um fato histórico, e a dimensão profunda do machismo e da misoginia na sociedade ainda hoje pode ser medida por essa história, pois se olharmos bem não faz muito tempo que esse absurdo ocorreu.

Aos 70 anos de idade, Kathrine decidiu participar da edição da mesma corrida de Boston em 2017.
realidade tornou-se um fato histórico, e a dimensão profunda do machismo e da misoginia na sociedade ainda hoje pode ser medida por essa história.

* texto embasado no texto da Hypeness/ ESPN Brasil.