MANTOS DO BP -Johan Cruyff se negou a ostentar as três listras da adidas durante a Copa do Mundo de 1974. Saiba o porquê!

Voltamos aos inícios dos anos 20, onde Adolf Dassler fazia os primeiros sapatos esportivos na lavanderia da casa de sua mãe, com isso seu irmão Rudolph Dassler, se juntou com ele para criarem uma loja de sapatos.

Com um tino especial para os negócios, os irmãos mesmo que com personalidades diferentes eram complementares. Ad era mais visionário e desenvolvia os sapatos, já Rudolph era mais extrovertido e tinha um jeito “mais vendedor”.

Assim criaram um tênis mais anatômico e com qualidade maior, que já nas Olimpíadas de Amsterdam, em 1928, alguns atletas já utilizavam. E em 1930 a fábrica já produzia 10.500 tênis de corrida e 18 mil chuteiras.

Mas foi nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, quando os Dasslers ofereceram seu produto para Jesse Owens, que conquistou 4 medalhas de ouro. Pelo desempenho avassalador de Owens, um afro-americano que fez seus feitos correrem pelo mundo, fazendo cair por terra a tal supremacia ariana que Hitler tanto falava.

Assim, o mundo se curvava aos irmãos, não apenas na questão de qualidade de produto, mas também de marketing.

ADIDAS X PUMA

Alguns motivos não tão certos sobre essas questões, fez com que os irmãos Adolf e Rudolph Dassler se separassem, dividindo assim uma empresa que rumava a liderança comercial para montar cada uma sua própria fábrica. Há quem diga que a desavença entre ambos chegou a dividir os habitantes de Herzogenaurach, na Alemanha, e durou cerca de 60 anos.

Então, Ad criou a Adidas, já Rudolph criou a Ruda, ambos pegaram as iniciais de seus nomes para nomear sua marca, mas Rudolph logo mudou de ideia, chamando sua marca de Puma.

Assim, a disputa e rivalidade entre os irmãos só aumentava e o investimento em marketing era cada vez mais importante.

Imagem da Série sobre a rivalidade entre Puma e Adidas
Reprodução Internet

 

COPA 1970

Chegamos então a Copa de 1970, a Adidas fechou contrato com as seleções alemã, holandesa e argentina. Já a Puma focou em uma estratégia diferente, e patrocinou os atletas, como ninguém menos que Pelé, Maradona e Cruyff.

Tanto que há uma imagem icônica nessa Copa em que o rei Pelé amarra a chuteira da Puma, antes do jogo contra o Peru, sabendo que todos os olhares iriam para ele para que a marca tivesse grande destaque (o “Pacto Pelé”)

Pelé amarra sua Puma antes do jogo! Reprodução: Internet

Como nessa época, não poderia ter marcas estampadas nos uniformes, a adidas coloca suas 3 tradicionais listras nas camisas para diferenciar seus uniformes das demais equipes. Convenhamos, uma genialidade, uma vez que era claro que aquelas camisas se tratava de uma adidas.

Porém, o holandês, Johan Cruyff, fiel à marca que o patrocinava e ciente de toda aquela rivalidade entre as marcas (já com os filhos de Adolf e Rudolph), pediu a federação holandesa para que desse um jeito, pois se negaria a vestir as 3 listras.

Assim nasce a ÚNICA camisa da história a ter duas listras, a camisa de Cruyff 14 da Laranja Mecânica, na Copa de 1974.

A Holanda era a grande favorita nessa Copa, mas acabou sendo derrotada para a Alemanha (outra seleção da adidas) na final por 2×1.

E não se engane, mesmo com a negativa de Cruyff a vestir as três listras, a adidas deu um salto muito grande nessa época, ao se ligar com o então presidente da FIFA, o brasileiro João Havelange, com o intuito de ficar por anos com a competição e ajudar as questões de marketing da entidade suíça.