Pirlo não tem uma história de superação na vida, como muitos jogadores que já citamos aqui no Inesquecíveis.

Nascido no dia 19 de maio de 1979 em Flero, norte de Brescia, em uma rica família. Essa ligada à siderurgia e estabelecida há séculos na região de Brescia.

Desde cedo Andrea mostrava talento para o esporte. Após girar por escolinhas da cidade da Lombardia, com 13 anos chegou às categorias de base do Brescia. Andrea começou jogando de atacante e com o tempo, teve de recuar alguns metros no gramado.
Sua forte mentalidade, foi suficiente para alcançar o que manteve em toda a carreira: a perfeição, ou perto disso.

Pirlo e Baggio no Brescia (Fonte: Internet)

Destaque do time juvenil do Brescia, Pirlo estreou na Serie A aos 16 anos (1994-95) e até hoje é o mais jovem a ter entrado em campo pela equipe.

Venceu a Copa Viareggio em 1996, com a equipe Primavera, e começou a fazer parte do elenco principal das andorinhas a partir daquele ano. Após ajudar a equipe a subir para a primeira divisão e se destacar na elite durante a temporada 1997-98, era hora de voos mais altos.

Pirlo, o jovem de 19 anos foi para a poderosa Internazionale.

Em sua primeira passagem pela capital da moda, Pirlo não conseguiu ter o espaço que merecia. A primeira temporada teve um ilusório número de jogos: 32 (quase todos saindo do banco, nos últimos minutos das partidas).

Voltou para o Brescia onde voltou a sorrir. Em 2000, com o time sub-21 da seleção italiana, foi campeão europeu, artilheiro e melhor jogador do torneio.

A Inter o chamou de volta, porém antes do final da temporada, Pirlo retornou novamente ao Brescia, onde reencontrou Roberto Baggio (que fora seu companheiro também em Milão).

Ao reencontrar com um dos maiores ídolos italianos, Pirlo renasceu para o futebol: deixou a camisa 10 com Baggio e virou o 5, atuando mais recuado.
Em jogo contra a Juventus, no Delle Alpi, Pirlo foi o arco e Baggio, a flecha. Um lançamento espetacular do 5 para um domínio de classe para o 10, que empatou o jogo. Foi o ponto da virada da carreira de Pirlo.

Veja aqui: Golaço da dupla Pirlo e Baggio

MILAN

Após isso, em um negócio que mais tarde entraria na lista dos mais surreais da história do futebol, Pirlo foi trocado pelo croata Drazen Brncic e uma soma em dinheiro e acabou no Milan. Ao encontrar o técnico Carlo Ancelotti, o meia deu o salto de qualidade em sua carreira.

O primeiro ano foi duro para Pirlo, que passou longe de convencer. Aproveitando-se das lesões de Massimo Ambrosini e Gennaro Gattuso, passou a ser aproveitado por Ancelotti na mesma posição em que jogava no Brescia.

Pronto, Pirlo virou titular absoluto e ídolo, fazendo com que o Milan no 4-3-1-2 ,com ele à frente da defesa ao lado de Gattuso e Clarence Seedorf, enquanto Rui Costa ficava na armação. Mais recuado, o meia poderia usufruir de sua enorme visão de jogo e senso tático para ser o cérebro rossonero. Assim, se tornou protagonista do Diavolo por uma década.

Com um arremate tão perfeito quanto seus passes, seja cobrando faltas ou com a bola rolando, Pirlo conseguiu nove gols na temporada 2002/03. Foi o ano de seu primeiro título da Liga dos Campeões, derrubando pelo caminho rivais locais, como Inter, na semifinal, e a Juventus, em uma decisão só resolvida nos pênaltis.

Na temporada seguinte, Pirlo foi novamente campeão italiano com o Milan. O Rossonero era considerado um dos grandes times do futebol mundial, algo que nem a derrota épica para o Liverpool, na final da Liga dos Campeões de 2005, apagou.

As lágrimas de Istambul secaram dois anos mais tarde em Atenas. Em mais uma final de Champions diante do Liverpool, o Milan, dessa vez, conseguiu a vitória, com uma assistência de Pirlo, o maestro do time ao longo da campanha.

Pirlo no Milan (Fonte: Internet)

O título da Champions resultou, também, no título do Mundial de Clubes do Milan no final de 2007, em final diante do Boca Juniors. Mas Pirlo já era campeão mundial naquela época.

COPA DO MUNDO

Presente na seleção italiana na Eurocopa e nas Olimpíadas de 2004, Pirlo já era um nome consolidado na seleção italiana para a disputa da Copa de 2006, na Alemanha.
Na campanha italiana, Pirlo foi protagonista: marcou na estreia, contra Gana, e permaneceu como maestro do time. Ao longo do torneio, foi eleito três vezes o melhor jogador da partida.

Aquela Itália tinha em Pirlo seu lado brilhante, mas a trajetória foi, muitas vezes, na base do suor. Como no jogo das oitavas de final, contra a Austrália, com uma vitória por 1 a 0 e uma arbitragem polêmica. Foi assim, também, na vitória na semifinal contra a dona da casa, Alemanha, que veio só na prorrogação. E o que dizer na decisão, diante da França, de Zinedine Zidane?

Pirlo chegou a brincar que no dia da final, não estava nada preocupado com o jogo. “Passei a tarde de domingo, 9 de julho de 2006, em Berlim, dormindo e jogando playstation. À noite, saí e fui campeão do mundo”, contou.

E foi mesmo assim: com muita tranquilidade, passou por aquela final que teve nova prorrogação, cabeçada de Zidane em Materazzi e, no fim, o quarto título da Azzurra nos pênaltis. Pirlo era campeão do mundo!

Após a saída de Ancelotti do Milan, em 2009, Pirlo acabou ficando mais dois anos no clube. Porém sem o mesmo destaque, mesmo quando os rossoneri foram campeões italianos, mas o regista foi pouco utilizado.
Após 10 anos de casa, Andrea acabou descartado por Massimiliano Allegri e se transferiu gratuitamente para a  rival Juventus. Assim, Pirlo se tornou o décimo jogador com passagens pelos três gigantes do futebol italiano.

JUVENTUS

Mesmo sendo considerado com idade avançada pelos dirigentes milanistas, na Juve, o meia foi  o melhor jogador do italiano por TRÊS ANOS CONSECUTIVOS.
Esse envelheceu tão bem quanto os vinhos que produz na vinícola de sua família, em Brescia. O regista foi central para os quatro primeiros títulos da dinastia vencedora da Velha Senhora, hexacampeã italiana.

Em sua última temporada pela Juventus, Pirlo voltou a encontrar Allegri, com quem não havia se entendido. Se no Milan o treinador não encontrava lugar para o regista, na Juve, Andrea era  protagonista. Em 2014-15, o eterno camisa 21 faturou a dobradinha nacional, com as conquistas da Serie A e da Coppa Italia, mas, amargou o vice da Liga dos Campeões.

Pirlo  no NEW YORK CITY

Pirlo resolveu dar seus últimos chutes na bola nos Estados Unidos, no  New York City, por duas temporadas e meia. Mas as pernas já estavam cansadas, então, Pirlo se aposentou em 2017, deixando  saudade quem se encantou com sua magia.

Durante os mais de 20 anos de carreira, Pirlo colecionou títulos, mas também prêmios individuais: as prateleiras de sua casa estão cheias de honrarias. O italiano ficou quatro vezes entre os 10 primeiros da Bola de Ouro (sua melhor colocação foi o quinto lugar, em 2007) e foi o Bola de Bronze da Copa do Mundo (2006), integrando ainda a seleção do torneio.

TITULOS

  • Milan

Serie A: 2003–04, 2010–11
Coppa Italia: 2002–03
Supercoppa Italiana: 2004
Liga dos Campeões da UEFA: 2002–03, 2006–07
Supercopa Europeia: 2003 e 2007
Mundial de Clubes: 2007

  • Juventus

Serie A: 2011–12, 2012–13, 2013–14, 2014–15
Supercoppa Italiana: 2012, 2013
Coppa Italia: 2014–15

  • Seleção Italiana

Copa do Mundo: 2006
Campeonato Europeu de Futebol Sub-21: 2000
Jogos Olímpicos: Bronze em 2004