Amigos do BP, desde pequeno tenho uma paixão pela extinta Iugoslávia e a partir de 1993, mesmo sem entender nada, politicamente falando, continuei com um carinho especial por Croácia e Sérvia.

Coincidência ou não, casei com uma mulher de origem sérvia. Não sei se isso explica algo, talvez sim, talvez não, talvez a psicologia explique isso, ou nem ela.

Enfim, estou escrevendo esse texto porque as coincidências não param, estava eu, escutando a extinta Bradesco Esportes em um domingo, quando Murilo Borges que apresentava seu programa junto com Álvaro José, indicou um documentário sobre o basquete eslavo. A conversa me deixou curioso e mesmo dirigindo, dei um jeito de anotar o nome para não esquecer. Chegando em casa tive que assistir, claro, com a Ludmila (minha parceira) que ficou igualmente curiosa.

Com isso, me achei na obrigação de também propagar esse documentário espetacular da ESPN, chamado Once Brothers.

O Documentário

Trata-se de um documentário, narrado por Vlac Divac no qual ilustra o sucesso dele e seu talentoso amigo, Drazen Petkovic, quando os dois ao lado de Dino Radja e Toni Kukoc, colocaram a seleção de seu país entre as principais do mundo, sendo medalhistas de prata em Seul 88 e vencendo o Mundial da Argentina, em 90.

Divac e Petrovic eram muito amigos e apoiavam um ao outro quando foram para os Estados Unidos, jogar na NBA, em 89. Um sonho comum e distante para qualquer jogador de basquete, principalmente se esse jogador, na época, fosse europeu. Eles foram os primeiros.

Mas, foi na Argentina, após vencer o mundial, que a amizade dos dois se rompeu. Na época a Croácia estava se separando da Iugoslávia, o país estava em guerra e mesmo assim o basquete dava orgulho para seu povo. Porém, momentos depois de o cronômetro marcar zero no jogo diante da União Soviética, um torcedor entrou em quadra e decidiu comemorar a vitória ao lado de Divac com uma bandeira da Croácia.

Divac, sérvio, não contente arrancou a bandeira do torcedor e a jogou longe. Petrovic, croata não aceitou, acabando assim com uma amizade. No documentário, Vlac diz que faria isso com qualquer bandeira que não fosse a da Iugoslávia unida, inclusive a de seu país.

Mas era tarde, ele já era considerado um vilão em uma parte balcã e na outra um herói, mesmo que essa não fosse sua intenção. Com o estouro da guerra, Radja e Kukoc, também croatas, seguiram o mesmo caminho e deixaram de falar com Divac…

Para não dar spoiller, paro meu texto por aqui, mas você amante de basquete ou curioso quando o assunto é geopolítica, não pode deixar de ver essa história trágica, digna de um roteiro de Oscar, e o melhor, real.