Lilian Thuram – Ícone dentro e fora dos gramados

Hoje falaremos de Thuram, mais um daqueles craques Inesquecíveis!

Infância de Thuram

Nascido em 1972, em Guadalupe, ilha localizada nas antilhas francesas, e registrado como Ruddy Lilian Thuram-Ulien.
O lateral e zagueiro tornaria-se um dos jogadores mais importantes da história do futebol do país, dentro e fora de campo.
E a bravura vem de berço!
A mãe dele mudou-se para a França em 1981, com o intuito de cuidar e melhorar a vida dos cinco filhos. Moraram em um bairro suburbano de Fontainebleu (Paris). Ela os sustentou sozinha, já que o marido se separou antes da família deixar Guadalupe.

O Inicio

História batida, assim como diversos jogadores ao redor do mundo. Infância difícil!
Lilian só começou sua carreira profissional no Mônaco, em 91, aos dezenove anos.
Sua primeira partida aconteceu na liga francesa.
Em cinco anos, jogou quase duzentas partidas, teve uma constância acima da média e conquistou a copa da França.
Por essa estabilidade técnica e vigor físico, aos 24 anos chamava atenção de vários clubes ao redor do mundo.

Partiu Itália

De malas prontas para a Itália, Thuram escolheu o Parma e assinou um contrato em 1996.
Sob o comando de Carlo Ancelotti e ao lado de Buffon, Fabio Cannavaro e Hernán Crespo, fez história no time, conquistando o vice-campeonato italiano logo em sua primeira temporada.
A transferência para o futebol italiano foi a ascensão de uma carreira fantástica. As principais conquistas de Thuram pela equipe italiana foram a Copa Uefa, Copa Itália e a Supercopa Italiana, todos os títulos na temporada 1998-99.

Em 1997, foi eleito o melhor jogador estrangeiro do Campeonato Italiano e, pela France Football, o melhor jogador francês da temporada.
As convocações para a seleção já aconteciam desde o Mônaco e ele era figurinha carimbada!

A Seleção Francesa

Na copa de 1998 o zagueiro fazia parte da espinha dorsal do elenco campeão.
A grande atuação de Thuram aconteceu contra a Croácia, nas semifinais. Ele foi o autor dos dois gols franceses, que por coincidência foram seus dois únicos com a camisa de Les Bleus em 14 anos. O próprio Thuram diz que os lances foram de puro instinto e ele entrou em transe após marcar o segundo, se esquecendo por alguns instantes onde estava e quem era.

Thuram na Juventus

Em 2001, Thuram foi vendido à Juventus em uma transação de 40 milhões de euros. Ficou até 2006 no clube, foi bicampeão italiano e saiu após o rebaixamento da Juve para a Serie B.
Em 2006 foi para o Barça e jogou até 2008. Se aposentou após desmaiar durante exames médicos que constataram um problema cardíaco sério. Naquela altura, ele estava com 36 anos de idade.

Thuram sempre se destacou por ter inteligência muito acima da média dos jogadores de futebol. Entre as lutas que ele comprou durante a carreira, está a contra o racismo. Ele virou um ícone de campanhas pela Uefa e se tornou um embaixador oficial da Unicef. Hoje roda pelo mundo como militante do movimento negro. Thuram também foi figura importante nas lutas contra a homofobia ao redor da Europa. O defensor ainda participou de marchas em apoio ao casamento de pessoas do mesmo sexo, pela independência da Catalunha e ainda pediu atenção ao fato de haver recrutamento infantil em guerras civis na África.

Passagem pelo Barcelona

Já aos 34 anos, apesar da experiência nos gramados, as lesões atrapalharam sua titularidade em uma Barcelona comandado pelo brasileiro Ronaldinho Gaúcho. Sem contar na excelente fase dos zagueiros Rafa Márques e Carles Puyol.

Em terras Catalãs, o francês ergueu apenas um título, o da supercopa da Espanha de 2006, logo em seu primeiro ano vestindo a camisa blaugrana. Durante as duas temporadas que ficou por lá, poucas vezes começou no time principal e aparecia mais como líder no vestiário.

Ao final de seu contrato, um diagnóstico que o assustou: ele sofria de um problema cardíaco. Mesmo com uma proposta do PSG, que seria vendido ao Qatar Investment dois anos depois, ele recusou e entendeu sua condição. Pendurou as chuteiras e foi cuidar do seu corpo.

O Jogador engajado

Em 2005, a França estava sob protestos nas periferias e Thuram saiu em defesa de imigrantes pobres que depredaram ônibus e viaturas policiais nas ruas.

À época, Nicolas Sarkozy (seria presidente 2 anos depois) era Ministro do Interior e taxou os protestantes como “escória da sociedade”. Lilian se posicionou publicamente contra o discurso e disse: “Se os protestantes são a escória, eu também sou. Muitas destas crianças nos subúrbios não encontram nenhuma forma de sobreviver e por isso são violentas. Eu não justifico esta violência, mas compreendo a situação“.

Além disso Thuram escreveu 5 livros como autor principal e participou de outros 2 como coadjuvante.
Os livros que escreveu retratam o racismo e a luta pela igualdade na França, outros abordam sua carreira e a história de sua família, outro está relacionado às causas dos homossexuais.

O lateral e zagueiro mais importante da história do futebol do país, dentro e fora de campo.