Depois da história emocionante de Lorenzo Schoonbaert, a seção Histórias Pouco Contadas traz mais uma história daquelas que só o futebol pode proporcionar e que nos tiram lágrimas dos olhos. Um menino de 13 anos jogando pela equipe principal do Villarreal. Vem que te conto.
A fonte da história é do jornal espanhol El tiempo.
A doença e o sonho de Gohan
Nossa história se passou em setembro de 2014. Gohan, como gostava de ser chamado, era então um garoto de 13 anos. Nascido na Colômbia, mudou-se para a Espanha aos 7 anos, acompanhando a família, que buscava novas oportunidades. Fixaram-se em Valencia.
Mas Gohan, fã de futebol como todo garoto colombiano, não apaixonou-se pelo time da cidade ou pelo estádio Mestalla. Identificou-se com o uniforme amarelo do Villarreal, da cidade vizinha. Começava ali sua história de torcedor do submarino amarelo.
Infelizmente, aos 9 anos, uma consulta médica descobriu em Gohan um câncer linfático na virilha. Depois de passar por quimioterapia e outros tratamentos, após 3 anos de batalha Gohan venceu seu maior inimigo.
Mas não seria a última batalha do nosso protagonista. Um ano após a cura do linfoma, os médicos descobriram outro câncer no garoto Gohan, agora na bochecha. Os pais do garoto não aceitavam o novo pesadelo. Mas Gohan enfrentou com coragem.
Depois de uma de várias noites internado, Gohan contou para uma enfermeira que tinha sonhado que era um jogador do Villarreal e que entrava em campo no El Madrigal com a camisa amarela e tinha seu nome gritado pela torcida.
O sonho realizado
A história chegou aos ouvidos do então presidente do Villarreal, que decidiu fazer um ato em prol das crianças com câncer na Espanha. O ato aconteceria em um amistoso de pré-temporada contra os escoceses do Celtic, em El Madrigal. Gohan seria o convidado de honra do evento.
O garoto teve uma experiência completa. Foi convocado ao jogo como um jogador do plantel, com a camisa 12. Chegou ao estádio, foi ao vestiário junto com os jogadores, ouviu as instruções do treinador Marcelino Toral e entrou em campo formando a dupla de ataque com a então promessa Gerard Moreno.
Na saída de bola, a maior surpresa. Após tocar a bola para o volante, Gohan recebeu de volta e viu que os jogadores do Celtic abriam o caminho para que ele realizasse o sonho de fazer um gol em El Madrigal. E foi o que ele fez, com direito a drible no goleiro. Após marcar, foi abraçado por todos os companheiros e teve seu nome gritado pela torcida. Como havia sonhado.
Para completar a experiência, ao ser substituído, deu entrevista na beira de campo para os repórteres, falando sobre o jogo e sobre sua luta. E foi aí que deixou sua linda mensagem para os outros 21 garotos com câncer que participavam do evento e estavam no estádio:
“Que nunca se rendam. Essa doença é só um baque e vai passar”.
Viva Gohan, o Villarreal e o futebol!