DÉCADA DE 90 – COPA AMÉRICA

Após o título da Copa América de 1993, os argentinos passaram a “ignorar” a competição, sem querer até disputá-la em 2001. Mas após 11 anos de seca, a Copa América de 2004 seria encarada de maneira séria, na tentativa de colocar fim a um jejum incômodo de títulos.
Por este motivo, Marcelo Bielsa levou sua força máxima para o Peru: D’Alessandro, Ayala, Heinze, Mascherano, Abbondanzieri, Sorín, Zanetti, Kily González e Tevez, os quais fizeram o dever com muita ofensividade e sem sustos até a grande decisão.
A seleção brasileira, por outro lado, sem muita pretensão naquela competição e ainda de ‘ressaca’ após a conquista do título mundial dois anos antes, viajou com o time reserva e chegou à final, sem os craques que jogavam em solo europeu.
Eram ambições completamente diferentes naquele contexto, já que enquanto a albiceleste havia fracassado na última Copa, caindo na primeira fase, a canarinho conquistou a glória na Ásia. Porém, as camisas representavam uma rivalidade sul-americana e mundial que, pela primeira vez na história, decidiria uma taça relevante em jogo único.
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O JOGO

Mais confiantes até antes mesmo da decisão, a Argentina confirmava seu favoritismo após o apito do árbitro, num esquema ajustado por ‘El loco’ para pressionar o rival no campo de ataque e na saída de bola, deixando a equipe brasileira sem opção de posse, abusando de ligação direta entre o primeiro e terceiro terço do campo, ou seja, defesa e ataque.
Alex, o cérebro do Brasil, sofria com a marcação (quase individual) de Mascherano e então a Argentina seguia pressionando com o trio de ataque formado por Rosales, Tevez e Kily González. Aos 19’, Lucho foi derrubado dentro da área por Luisão: 1 a 0.
Blog do Ramon Paixão: 25/07/2004 - A Copa América aos pés do imperador Adriano: Brasil campeão ao derrotar Argentina nos penaltis(vídeo)

Divulgação/Conmebol

Após o gol argentino, a seleção brasileira tentava manter a posse de bola e avançar a marcação, mas o rival desarmava com facilidade e dominava o jogo com ataques em velocidade, posse de bola e muita criação que não resultou no segundo sol por teimosia.
Já nos acréscimos do primeiro tempo, o Brasil conseguiu uma falta a seu favor. Luisão receberia a bola de Alex, que com a cabeça empataria a partida no último lance da primeira etapa. 1 a 1.
Já no segundo apito, a Argentina entraria com a mesma concentração e quase saiu à frente do placar aos 4 minutos após Tevez tocar na bola e raspar na trave. Com a saída de Kleberson, meia de marcação, para a entrada de Diego, o Brasil seria ainda mais exposto aos ataques do rival.
Nos minutos finais, Bielsa colocaria seu time todo no ataque com a saída de Rosales e a entrada de Delgado na equipe, numa pressão insustentável para a defesa brasileira desconfigurada após a saída forçada de Luisão e entrada do volante Renato.

ADRIANO IMPERADOR

Aos 42’, Zanetti cruzou, mas o recém titular Renato furou a bola, que sobrou para Delgado dominar e aumentar o placar. 2 a 1, posse de bola e firulas desnecessárias apimentariam o confronto que já estava praticamente decidido.
D’Alessandro e Tevez recuavam, passavam a bola no pé e brincavam na lateral do campo como se o confronto estivesse sacramentado, mas Adriano responderia às brincadeiras com um fuzilamento de perna esquerda na rede argentina aos 47’. 2 a 2 e penalidades.
Jogos Eternos – Brasil 2x2 Argentina 2004 - Imortais do Futebol

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Na primeira cobrança, D’Alessandro pararia nas luvas de Júlio César. Heinze, posteriormente, isolou o chute e o zagueiro Juan, no último pênalti que decidiria o confronto, bateu no canto oposto do goleiro: 4 a 2 para o time “reserva” do Brasil e o título mais saboroso em cima dos nossos Hermanos.
Lista GE: craques que nunca venceram uma Copa América | copa américa | ge

Argentina x Brasil Copa América 2004 — Foto: AP