A história do Olympique de Marselha se confunde com as origens da cidade. Já se perguntaram por que o hino nacional francês se chama “A Marselhesa”? Pois é.

Durante a Revolução Francesa, a canção que guiou os movimentos revolucionários foi composta em Estrasburgo, mas adquiriu realmente popularidade quando se tornou cântico constante nas unidades do Exército de Marselha, consideradas as mais fortes e com maior espírito revolucionário.

E a cidade cresceu com esse espírito: multicultural, diversa, cosmopolita.

A história do Olympique de Marselha

O clube esportivo que a representa, o Olympique de Marselha, não poderia ser diferente. Desde as origens, aceitava a diversidade, especialmente estrangeiros, e também cultuava a diversidade esportiva: rúgbi, basquete, handebol…e o futebol, claro.
Durante toda sua história, o clube manteve essa característica de união, de aceitação e compreensão da diversidade. Especialmente na questão da imigração.

É uma das maiores comunidades árabes na Europa. Não são poucos os exemplos de jogadores de famílias imigrantes que surgiram nas bases do Olympique. Mas, curiosamente, o maior exemplo de um jogador de Marselha nunca jogou com o uniforme branco: nada mais nada menos que Zinedine Zidane.

Nascido na cidade, filho de pais argelinos e torcedor fanático do Olympique desde criança, Zidane acabou iniciando no Cannes, para depois brilhar na Europa e ser um dos maiores do mundo. Mas, como ele mesmo diz, a paixão começou pela cidade e pelo clube de Marselha.

Uma torcida de esquerda

A partir da década de 80, esse posicionamento aparece mais fortemente em sua torcida: em 1984, é criada a torcida CU’84 (Commando Ultra 84), que se define como anticapitalista, antirracista e antifascista. Impedem qualquer tipo de manifestação preconceituosa e com ideias de extrema-direita no famoso estádio Velodrome, chegando até, em não poucos casos, a usar da violência.

Esse grupo formou, junto com Livorno e AEK Atenas (clubes que ainda traremos nesta seção), a fraternidade antifascista, que busca exterminar, em qualquer lugar da Europa, manifestações fascistas relacionadas ao futebol.

E assim, por sempre se relacionar à ideias de diversidade, de aceitação do diferente e de cosmopolitismo, o Olympique é um representantes das ideias de esquerda na França, inclusive com ações e posturas no apoio aos mais pobres e aos trabalhadores. Sempre com a defesa da igualdade.

Torcida do Olympique de Marselha

Torcida do Olympique de Marselha fez mosaico especial para as vítimas dos ataques em Paris
Fonte: Trivela