Boban é um dos maiores jogadores croatas da história. Idealista, lutou pela independência de seu país e foi símbolo dessa conquista, por isso é mais um de nossos jogadores inesquecíveis.

Antes da fama

Nascido em Imotski, na antiga Iugoslávia, Boban sempre conviveu de perto com as guerras que arrasaram a região desde a metade do século XX. Em meio aos constantes conflitos, ele jamais desistiu do sonho de se tornar jogador profissional de futebol.

Início e trajetória da carreira de Boban

Aos 17 anos começou no profissional no Dínamo Zagreb, o qual jogou nas categorias de base.
Destaque desde a base e também da seleção iugoslava, Boban não demorou a assumir a titularidade em sua equipe, em sua segunda temporada como profissional. Em pouco tempo se tornou líder do meio-campo e já era o capitão do time aos 19 anos.

Ele sequer levantou um título pelo Dínamo, que o deixa assumidamente frustrado. Mas o meia fez algo muito maior pelo seu povo, um momento marcante que foi divisor de águas para a separação da Iugoslávia, independência da Croácia do domínio dos sérvios.

Há 30 anos (1990) um jogo de futebol início uma guerra civil dentro da Iugoslávia, que durou 5 anos. A partida era entre Dinamo Zagreb x Estrela Vermelha, o clima era tenso, os torcedores do Dinamo gritavam pela independência da Croácia e os sérvios retrucavam. Um policial, que atacou um torcedor croata, foi atingido por uma voadora de Boban e a confusão se generalizou.

Boban

Boban Agride policial
Reprodução Internet

No documentário A Kick For Independence – More Than A Game (“Um chute pela independência – Mais do que um jogo”), Boban afirmou que deu a “voadora” no policial Refik Ahmetovic porque ele estava batendo com seu cassetete em um torcedor do Dínamo que estava caído no gramado, totalmente indefeso.

Apesar de ser suspenso por 6 meses do futebol e perder a copa de 1990, Boban não se arrependeu e disse que faria tudo de novo.

Destino: Velha Bota

Ele deixou seu país natal rumo à Itália, onde se tornou jogador do Milan, em 1991. A caminhada com a camisa rossonera, no entanto, não começou de imediato. A presença dos holandeses Ruud Gullit, Frank Rijkaard e Marco Van Basten na equipe de Milão fez com que o jovem atleta fosse emprestado para o Bari a fim de que adquirisse experiência no futebol italiano.

A experiência pela equipe biancorrossa foi bastante válida para Boban, que na Itália logo recebeu o apelido de Zorro.

No ano seguinte ele voltou ao Milan e foi reserva durante 2 anos, até assumir a titularidade em 94. Nesse ano o time rossonero conquistou um scudetto e a Champions League, batendo o poderoso Barcelona por 4×0.

O time italiano era uma potência e ainda se reforçou com os atacantes George Weah e Roberto Baggio. Ao lado dos astros, Boban comandou o meio-campo rossonero e levou o Milan a vários títulos.

Foram 4 campeonatos italianos, 3 Copas da Itália, 1 champions e 1 Supercopa Europeia. Todos os títulos em dez anos de clube.

Boban e o fim de carreira

Em 2001 foi jogar no Celta Vigo, da Espanha. O veterano pouco atuaria na equipe galega, realizando apenas quatro partidas pelo Celta em La Liga.
Ao fim da temporada 2001–02, voltou para Zagreb, para a partida que celebrou sua aposentadoria.
Após encerrar a carreira nos gramados, Boban resolveu ingressar na faculdade de História da Universidade de Zagreb.

Um craque. Um ídolo. Um idealista!
“Eu, um cara público, preparado para arriscar minha vida, minha carreira e tudo o que a fama podia ter trazido por causa de um ideal, a causa croata”.